A Reforma Protestante foi um movimento religioso do século XVI que mudou drasticamente o cenário cristão na Europa, culminando na criação de várias denominações protestantes. Iniciado em 1517 pelo monge Martinho Lutero, o movimento surgiu como uma resposta às práticas da Igreja Católica, especialmente a venda de indulgências, que permitia que pecados fossem “remidos” em troca de dinheiro. Essa prática, entre outras, levou Lutero a publicar as famosas 95 Teses, marcando o início de uma série de transformações religiosas e culturais que ecoam até hoje.
Na Idade Média, a Igreja Católica exercia um forte controle sobre as vidas das pessoas, com grande poder político e econômico. No entanto, a insatisfação com o acúmulo de riquezas e as práticas controversas como as indulgências cresciam entre os fiéis. O Renascimento, com seu foco no humanismo e na valorização da leitura direta das Escrituras, incentivou muitos a questionarem a autoridade da Igreja, abrindo caminho para as ideias reformistas.
Martinho Lutero, um monge agostiniano da Alemanha, deu início ao movimento em 1517 ao afixar suas 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Nelas, ele criticava duramente as práticas da Igreja que considerava contrárias aos ensinamentos bíblicos. Esse ato repercutiu em toda a Europa, facilitado pela recente invenção da imprensa, que permitiu uma rápida disseminação das ideias de Lutero, desencadeando um fervoroso debate sobre a doutrina católica.
Além de Lutero, outros reformadores importantes marcaram o período. João Calvino, teólogo francês, sistematizou as doutrinas protestantes, enfatizando a predestinação e a soberania de Deus, sendo muito influente na Suíça e na França. Já Ulrich Zwingli, reformador suíço, promoveu mudanças significativas na igreja em Zurique, defendendo a centralidade das Escrituras como única fonte de verdade.
As consequências da Reforma Protestante foram profundas. Ela não apenas resultou na criação de novas denominações cristãs, como o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo, mas também em conflitos religiosos, como as Guerras Religiosas na França e a Guerra dos Trinta Anos na Alemanha. Em resposta, a Igreja Católica promoveu a Contrarreforma, um esforço interno para combater o avanço protestante e reformar práticas criticadas, fortalecendo seu papel nas regiões ainda católicas.
O impacto da Reforma é sentido até hoje, tanto nas esferas religiosas quanto culturais e políticas. No Brasil, a presença luterana completou 200 anos em 2024, sendo celebrada com o retorno de cultos em templos históricos. Esse marco é uma prova de como a Reforma Protestante moldou a prática cristã, deixando um legado de diversidade e renovação que continua a influenciar o cristianismo ao redor do mundo.